sexta-feira, outubro 14, 2005

In Revista Carteira, nº 26, Outubro de 2005

Artigo: "Quem quer ser milionário?"

"...Nos caminhos mais fáceis para a fortuna contam-se a sorte (pode ganhar o Euromilhões ou a Lotaria do Natal, a família (através de uma herança) e o casamento (embora haja que diga, não sem alguma razão, que, ao casar por dinheiro, estará na realidade a trabalhar para o ter).

Outra rota, mais difícil, é a da poupança e dos orçamentos familiares..."

Divinal! ... ao casar por dinheiro, estará na realidade a trabalhar para o ter...

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

Merdas sem jeito - Parte I

Eu criei este espaço ainda agora porque tinha umas merdas sem jeito que queria escrever.

Mas neste momento passou-me completamente o que era.

De qualquer forma, fica um artigo sem jeito nenhum. O que também está bem!

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

Novo espaço

Inauguramos hoje um novo espaço. Um espaço para partilhar merdas sem jeito nenhum que apetece dizer quando se chega a casa depois do são convívio.

Este espaço terá o nome de: "Merdas sem jeito", sendo depois numerado... Parte I, Parte II.... Parte N-1, Parte N.

Depreendem vocês e bem que só se podem escrever N artigos com este título.

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

quarta-feira, outubro 12, 2005

Este pais que eu adoro parte IV

Vicente
Isto só aqui. Eu suporto cada dia menos a classe profissional dos jornalistas. Cada vez menos informado, cada vez mais sensacionalistas e alarmantes.Esta história do Vince só deu para me rir. Claro que na noite eleitoral já me tinha rido muito a ver o MMCarrilho a mexer o pescoço insistentemente e a quase admitir que perdeu, enquanto a Bárbara dizia que sim com a cabeça a tudo o que ele dizia, mais ou menos como aqueles cãezinhos engraçados que algumas pessoas insistem em transportar junto ao vidro traseiro das viaturas.Voltando o Vince...
O único furacão de que me apercebi, e de qualquer um se apercebeu só pode ter sido mesmo o furacão que arrasou com a onda rosa. Porque de resto...De resto isto foi apenas uma pequenina excitação para repórteres da nossa praça. Ansiosos por catástrofes à séria, ao estilo dos Estados Unidos. Nas redacções, deviam estar a salivar a imaginar o tejo a irromper por Lisboa dentro, deixando pessoas agarradas à estátua do Marquês de Pombal à espera que a salvação chegasse de helicóptero.
Queriam ir filmar as longas filas de trânsito a sair de Lisboa*, aquando da evacuação da cidade...Acredito que muitos destes jornalistas, estivessem com reais perspectivas de poderem estar de impermeavel, com chuvas e ventos intensos, no meio de uma rua deserta, a ver voar caixotes do lixo e ramos de árvores. O Vince podia ter sido o ex libris de qualquer carreira jornalística que se preze. Em Portugal, claro.
Os media estavam loucos por ter uma catástrofe assim. Já que a Al-Qaeda insiste em não nos atacar, poderíamos pelo menos juntar nos ao resto do mundo que sofre tsunamis, furacões, tremores de terra... É o espirito português... Afinal, veja se esta vergonha.. Uma chuvita, nada de anormal dada a altura do ano. Vento quase nenhum... e ontem ainda se falava que o Vince nos tinha afectado. Pois foi. A meu ver afectou uma vez mais a vossa credibilidade jornalística.
* Só não falaram de se ter de evacuar a cidade porque imagens de filas de trânsito monumentais a sair de Lisboa, já ele stêm todos os dias faça chuca ou faça sol.
Saudações,

Mestre Cabrão de Nafarros

terça-feira, outubro 11, 2005

Divagações ou aquilo que podia ser uma resposta de político profissional sobre qualquer tema da vida cívil e não só!

Muito escrevemos nós sobre os mais variados temas, atravessando a mais diversas fases ao sabor do que os sentidos absorvem do mundo exterior. Por vezes ficamos admirados de certas divergências ou mesmo espantados com os paradigmas que a sociedade moderna cria e teima em manter.

É uma relação absurda entre os conceitos de moralidade e um ritmo alucinante de inovações que têm tanto de util como de absurdo e acidental. É, também, um sintoma. Um sintoma claro, ainda que subtíl, um sintoma de energia, de vigor, de empenho e de carácter.

Não tememos as dificuldades e muito menos os adversários, faremos das nossas fraquezas forças e chamaremos a nós todos os que, connosco ou por vós, a nós se quiserem juntar.

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

PS: A pergunta podia muito bem ter sido: "Qual a principal resposta para a crise que o país atravessa?"

segunda-feira, outubro 10, 2005

Saudade boa

Há quem ache este tempo deprimente, eu adoro. Estar sentado sem ar condicionado, olhando a chuva a cair é uma coisa fantástica.

Mas este bom tempo que finalmente chegou despertou em mim uma saudade boa. Talvez por isso o tempo seja bom. Talvez por isso a saudade seja boa.

Mas o melhor de tudo é descobrir que a saudade pode ser boa. Descobrir que vida é feita de alguma perdas que, por força de serem inevitáveis, não nos devem impedir de ser felizes. Devem, isso sim, trazer-nos a saudade boa. Aquela saudade que nos faz olhar pela janela com um sorriso estúpido enquanto vemos o bom tempo, o bom tempo da chuva a cair.

A saudade boa é felicidade. É ter um motivo para um sorriso mesmo quando a chuva cai na rua.

E desculpem este elogio estúpido à tecnologia, mas saudade boa é também poder ver aqui sentado vídeo dos meus vinte e sete anos.

Devemos todos agradecer a quem fez parte do nosso percurso e contribui para a saudade boa: aquele amigo, aquela namorada, aquela pessoa que perdemos. A todos eles, a todos vós eu agradeço.

Saudações
Cabrão D´Alfama

Mestre

domingo, outubro 09, 2005

TV

Por vezes é inevitável. Parece amontoar-se à porta da nossa consciência um conjunto de farrapos imundos que temos de mandar para a lavandaria. A lavandaria pode ser a sociedade, que mastiga os temas e faz dos nossos filhos a sua síntese. Depois, a estrutura já está definida e nada se fez enquanto o problema foi de conjuntura.
Há quem diga que o problema dos programas que as várias TV´s nos dirigem não é propriamente a sua existência mas sim a impossibilidade de escolha para alguns.
Concordo, mas não tanto.
Relativamente à existência de tais consumíveis parece-me extremamente saudável que existam. Como se costuma dizer, é algo que vem com o território e o território da democracia tem escolhos que advêm precisamente do reconhecimento que se faz da sua natureza – é um sistema de organização social que pretende ser o melhor dos piores. É, contudo, um princípio sem o qual já ninguém consegue (nem quer) viver.
Conjuntamente com a democracia vem precisamente o direito à escolha. Podemos escolher ou não ver os referidos programas que enchem os “horários nobres” da nossa televisão. Imediatamente me alertam: “bem, isso é verdade, mas quem só tem os quatro canais nacionais”? Como é que faz? Parece inevitável, não é?
Não. Não é. O problema não está no maior ou menor número de canais de televisão, mas sim no maior ou menor número de possibilidades de aculturação individual ou colectiva que cada indivíduo conhece, tem ao seu dispor e tem coragem e prazer em utilizar. O problema está em fazer-se da televisão mais do que aquilo que ela é – um electrodoméstico ultrapassado. O problema está em ser este o meio, o instrumento aglutinador, que mais difunde “cultura” na maioria da sociedade, condicionando gostos, influenciando comportamentos e transmitindo o “não conhecimento” de forma acrítica, diminuindo cada vez mais outros canais, como por ex., os livros, as bibliotecas, as tertúlias, os amigos, a família, a escola, o sol e lua.
Entenda-se. Tudo aquilo que a as televisões transmitem é (ou deve ser) legítimo numa sociedade. Mas essa sociedade só será, precisamente, moderna, civilizada e democrática se for capaz de fazer emergir capacidades, atitudes e comportamentos de mudança face a ideias feitas ou a imobilismos sociais condicionadores de amanhãs presentes.O direito à escolha apenas se concretiza pela existência de opções e elas existem. Chegar a casa às oito na noite e concluir que não “dá nada de jeito na televisão” é um lugar comum. Já menos comum é ser capaz de não chegar a essa conclusão.
Saudações,

Mestre Cabrão de Nafarros

Obrigado abstenção

Depois dos resultados ou das projecções lançadas pelas TV´s é sempre tempo de paz, de parabéns e de deserções de sedes de campanha. Quase dou por mim a ter pena do Carrilho.

Estou no gozo!

Mas o meu obrigado vai para todos aqueles que votaram branco e nulo. Na sequência do texto de meu Irmão de Nafarros, reafirmo que é um acto de aplaudir procurar cartões para não escolher ninguém. É pelo menos bem melhor do que ficar em casa.

O meu muito obrigado vai para todos aqueles que votaram em Felgueiras, Isaltino e Valentim. São vitórias destas que dão aos cidadãos comuns uma alegria redobrada pela sua residência. Por exemplo:

- Foda-se fui despedido. Bem, podia ser pior, ao menos não moro em Felgueiras;
- Aquela puta andava a oder com a equipa de futebol toda. Bem, podia ser pior, ao menos não moro em Gondomar;
- Vêm 150 pretos atrás de mim para me enrabarem, mas ao menos não sou de Oeiras!

Olharei para vocês dessas terra como o exemplo claro da merda que somos enquanto povo. Sempre que por aí passar sentirei naúseas. Sempre que ouvir lembrar que a justiça só castiga os fracos, lembrarei que eles não querem se se castigue os poderosos. Olharei para vocês como para os macacos do jardim zoológico.

Um eternamente muito obrigado para todos aqueles que não se dignaram a sair do conforto do lar. A abstenção é um excelente indicador. Todos os países verdadeiramente desenvolvidos, em que os problemas prncipai estão desenvolvidos, têm abstenção acima dos 60%. Vocês, seguramente munidos desta opinião, optaram por não votar.

Oxalá um dia partilhe essa convicção.

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

Senilidade Democrata?

Não é a primeira vez que tal ocorre. Realmente já se está a tornar num "habitué".No passado dia 20 de Fevereiro (dia das eleições legislativas antecipadas), o Dr Mário Soares apelou à maioria absoluta do PS, violando assim a lei eleitoral. As concequências deste acto (que podem ir até 6 meses de prisão) não foram conhecidas.
Hoje, dia 9 de Outubro (dia de eleições legislativas), este mesmo sr apelou ao voto no seu (tão querido e competente) filho, candidato à câmara de Sintra.O que fazer com "democratas" assim?
Se calhar o primeiro passo deveria ser retirar as pensões que recebe pelo facto de ter sido presidente da República e primeiro ministro. Depois aplicar o que a lei dita (ainda para mais tratando-se de uma segunda violação da mesma lei, num espaço de um ano). Em terceiro não permitir que este cidadão ocupe cargos políticos no nosso país (impossibilitando deste modo a sua candidatura a PR).
PS: das duas uma ou ele não é democrata (eu não quero acreditar nesta opção) ou então já se encontra em estado avançado de senilidade (há muitos que dizem que não, ...)
Saudações,
Mestre Cabrão de Nafarros

CLUPAC

A Irmandade congratula-se com todas a iniciativas de asssociativismo não lucrativo. Desta forma, é com enorme alegria que tomamos conhecimento do CLUPAC, Clupe Português de Coleccionadores de Pacotes de Açucar. http://www.clupac.com/

Estava eu na pastelaria de Alter do Chão, onde normalmente compramos o pão, os bolos e tomamos o pequeno almoço, quando reparo no pacote de açucar que dizia:
"PORTSUGAR 2005 - 5º Encontro Nacional de Coleccionadores de Pacotes de Açucar".

Fiquei tão interessado que recolhi logo no café a coleccção de dez pacotes alusiva ao acontecimento. Agora será que isso faz de mim um Coleccionador de Pacotes de Açucar? O que sei é que me sinto extraordináriamente bem por ter os pacotes, ainda por cima sob a forma de uma colecção de dez!

Longa vida ao CLUPAC e coragem a todos os que me leêm e estão intessados em fazer o CPCMCBTME (Clube Português Macacos Colados por Baixo do Tampo das Mesas do Escritório)!

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

Ana Drago

Vou votar em branco.
E surpreende-me a maneira como muita gente com quem partilho a minha intenção de voto reage. Acho que reagiriam melhor se dissesse que ia votar no PNR (para quem não sabe, o PNR é um partido fascista acobardado pela lei eleitoral que acha que todos os problemas do país se resolveriam se repatriássemos os imigrantes clandestinos, fechássemos as fronteiras e saíssemos da União Europeia).

Um dos argumentos que mais vezes usam é o de que eu e outros como eu, por votarmos em branco, seremos os responsáveis se, no fim de determinada legislatura, Portugal não for um país perfeito ou, pelo menos, estiver mais próximo de padrões escandinavos de perfeição. Ou seja, e acompanhem-me que isto é difícil de explicar e mais ainda de perceber, eu, ao enfiar o meu boletim de voto na urna tal e qual como o recebi (mas dobrado), sou o responsável pelos erros governativos por excesso e por defeito cometidos pelo partido em que eles, os que põem uma cruz no boletim, votaram e que ganhou ou, não tendo ganho, terá conseguido eleger uma representação parlamentar.

Isto é o mesmo que dizer que quem não vota em ninguém é responsável porque esbanja o seu voto de forma quase onanista, podendo ser esse voto a menos o necessário para permitir eleger o deputado que faria toda a diferença, por exemplo, para dar a maioria absoluta a um partido ou para a retirar a outro.
Para quem assim pensa, votar em branco é um acto irresponsável, correspondendo a uma negação do dever cívico de participação no processo democrático. Também pode ser visto como laxismo ou inconsciência. Ou ainda como preguiça de reflectir nas propostas dos vários partidos e escolher o que nos pareça ter melhores ideias para assegurar um governo eficaz e produtivo. E, com certeza, que o país e o mundo estarão cheios de gente que se enquadra nesta descrição. Estes, os laxistas, os irresponsáveis, os preguiçosos e inconscientes são os que não votam, os que ficam em casa e fazem de conta que não é nada com eles.

Votar em branco é diferente. E compreende-se facilmente que tem de ser diferente porque ninguém se dá ao trabalho de procurar o cartão de eleitor, ir à mesa de voto, esperar na fila (bons tempos em que era preciso esperar na fila para votar), ouvir o nosso nome lido em voz alta e tudo para dobrar um papel e introduzi-lo numa ranhura.

O voto em branco é um acto reflectido e consciente. Quem vota em branco, fá-lo por achar que nenhum dos partidos concorrentes a uma eleição apresenta propostas suficientemente válidas e que valham algo tão precioso como a nossa cruzinha no boletim. E é mais consciente do que votar no partido A para não ganhar o partido B mesmo que se ache que os candidatos do partido A são uns incapazes iguais aos do partido B mas, pelo menos, assim sempre vai havendo alguma variedade.

É esta a verdadeira irresponsabilidade. Ver a democracia como uma espécie de jogo em que se torce pela equipa (partido) do nosso coração e se faz o possível para ganhar ou, caso não seja possível a vitória, para perder por poucos, aplicando o que poderia ser descrito como “voto táctico.”

E, se alguém não se identifica com nenhum dos partidos, não poderá ser culpado por isso. Da mesma forma que ninguém poderá ser culpado por ser um militante convicto do CDS (e daí…). Também há quem não perceba como é possível isto acontecer com a variedade imensa (SARCASMO) de ideais representados pelos vários partidos portugueses. É preciso ser-se mesmo muito esquisito para não conseguir escolher um partido no qual votar. Ou então é porque se tem a mania de ser diferente, o que, como é sabido, é dos piores defeitos que alguém pode ter nesta era de carneirismo encarreirado em que vivemos.

Mas vou votar em branco na mesma. Tentem impedir-me.



Saudações,

Mestre Cabrão de Nafarros