sábado, novembro 25, 2006

interrupção voluntária

as coisas que eu acho q consigo interromper voluntariamente:
a descarga do autoclismo
o correr desalmadamente para um poço
o apanhar de uma onda de 4,5 metros
o seguir pela portagem em vez da via verde
a vontade de descompor alguém
o dizer mal do benfica
o fazer um download
o deixar queimar uma torrada
o acrescentar de água ao whisky
uma jogada atacante em fut 7
...
IVDG não é nenhum instituto vitivinícola de Gaia.. é algo como interrupção voluntária da gravidez... coisa tal que nem existe.. passo a explicar pela definição de interrupção:

interrupção - Lat. interruptione
s. f.,
suspensão;
acto ou efeito de interromper;
intermissão;
reticência.
interromper - do Lat. interrumpere
v. tr.,
suspender;
atalhar;
fazer parar por algum tempo;
estorvar;
obstar a.

segundo as definições de interrupção e de interromper.. percebo que claramente está mal aplicado o termo ao terminus voluntário da gravidez. Parece-me óbvio que não conseguimos fazer parar por algum tempo a mesma.. Daí que estejamos a discutir polémicamente algo que nem possível é.. mas adiante.
Não querendo influenciar as consciências de ninguém, convém ter presente que a opção de ser determinantemente contra ou a favor deste problema, não o resolve de todo.
De qualquer forma.. se perdi tempo a escrever este artigo, foi porque queria deixar a minha opinião.
Para mim o aborto é como outro crime qualquer.
E a lei, ao contrário do que se pratica em Barrancos (p ex.) é para se cumprir. Foi por isso que fizémos uma constituição.
De qualquer forma, é preciso ter consciência de que despenalizar algo como a morte de um embrião ou feto, é um acto que pura contra-natura. Chegámos a um ponto que qualquer dia, e por se tornar frequente as agressões no trânsito (p ex.) vamos lá embora despenalizar só essas agressões. Porque faz parte da vida..E porque sem elas a malta fica com recalcamentos.. e não vamos querer isso pois não?!
A opção de não engravidar passa por ter consciência e informação sobre o assunto. Mas a partir do momento em que isso acontece, não pode caber qualquer direito a uma legislação de um país, a uma constituição, a uma bandeira.. seja ao que for.. o direito de atentar contra a própria vida.
Muito menos a desculpabilização do acto inpensado ou irresponsável. Porque o filho é filho de Deus em primeiro lugar. Filho de uma humanidade. Ser, vida, desprotegido e sem opção de demonstrar o seu direito de opção sobre a própria vida.
Deve ser consciência que o bebé seja qual for a sua idade uterina, luta até à morte para sobreviver. Desde célula Zigoto até que nasce.
Dou-vos só mais um exemplo: os meninos do rio.
Os meninos do rio de Janeiro são indesejados. São meninos condenados a uma vida de prostituição e crimes violentos para sobreviver desde pequeninos. A lei brasileira não permite, mas todos sabemos que a polícia sempre que pode assasina uns quantos. Aproveitando para não deixar crescer um mal desnecessário à sociedade.
Temos qualquer direito sobre estes meninos de não os fazer nascer? Ou de os assassinar na adolescência?

quando forem referendar, pensem 2 vezes no que estão a fazer.
eu por mim.. referendar a morte.. é o princípio do fim de certos e determinados valores morais, cívicos, sociais, que os Políticos deviam ter obrigação de manter.
Assumir uma gravidez inesperada, faz parte do processo de ganhar responsabilidade e consciência sobre o acto inpensado cometido. Não existem mães que não tenham aprendido com essa experiência, ganho consciência e maturidade. Trata-se de assumir os actos que cometemos.
Valores não contornáveis por projectos de vida profissionais, pessoais, afectivos, não comparáveis ao devido valor da vida de um bébé. Ainda que indesejado.

As que abortam... pela repetição desses hábitos de desresponsabilização.. nunca vão dar o devido valor.
Nunca vão aprender.

Cabrão da Boina
Mestre

quarta-feira, novembro 22, 2006

Falta de coordenação

(andava a matutar nisto e agora que o Nafarros começou aproveito…)

Exite um falta de coordenação absoluta entre Deus nosso Senhor e o Homem. Não sei o que nos terá sido transmitido no paraíso, nem tão pouco se tinha mais árvores que o Alentejo, mas que a mensagem não passou tenho a certeza.

Nem vou comentar a atitude radical de Nosso Senhor por causa de 10 cêntimos de maça, muito menos o facto de ter safo o Noé do dilúvio, falo apenas das divergências evidentes dos nossos dias.

Por exemplo, o dedo mindinho! Para que serve?

Se é verdade que, com a unha desenvolvida, dá para coçar um conjunto de orifícios, se é verdade que quem toca guitarra precisa dele para fazer alguns acordes, a verdade é que, tirando isso… nada. A mão funciona sobretudo como pinça e, portanto, sería muito mais útil termos dois polegares.

Reparem que o homem, no seu processo criativo, atribui a todos os desenhos animadosapenas quatro dedos. Na minha opinião muito bem!

O problema nem é tanto termos um dedo inútil, é, sobretudo, o receio que tenho de estarmos a descuidar uma utilidade extrordinária. É que o apêndice sempre serve para alguns terem um dia de baixa e, por via da sua inutilidade, para catalogar alguns “mais que tudo” de amigas nossas.

Podiamos iniciar a moda: “Olha, lá vem a Carla com o seu mindinho!” mas não era a mesma coisa.

Depois continuo, a cachopa está deitada de casaco porque tem frio…

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

Cosmopolita

" Há cabrões que são cabrões
há cabrões que o não são
há cabrões sem terem dono
há cabrões de um cabrão "
Sempre convosco,
Cabrão de Nafarros, Mestre.

Este pequeno-almoço estava óptimo, jantamos logo à noite?!

Acho que tenho razão naquilo que vou dizer: as relações crescem e complexam-se com a variação gastronómica e social.
Quando estamos com um grupo de amigos e conhecemos uma pessoa que é amiga do amigo, que tem uma conversa engraçada, culta, com sentido de humor, que fazer para privar com ela?!
Convida-se para um café!
Podemos até nem tomar café mas convidamos sempre para um café. O povo português é muito adepto das relações sociais acompanhadas com café. Fecham-se negócios, marcam-se encontros, encontros de amigos, e o começo dos engates.
Quem é que nunca sentiu as cotoveladas e olhares cúmplices dos amigos quando se diz “Vou tomar café com uma cachopa”?
Ir tomar café com alguém do sexo oposto implica que a relação está a evoluir. Um café a dois permite aquelas conversas de reconhecimento, é uma prospecção de terreno. Fala-se de tudo e mais alguma coisa, tiram-se nabos da púcara, provoca-se, enfim é o aperitivo óptimo. Aprofunda-se o conhecimento e recolhem-se pistas para o passo que se vai dar a seguir.
Tomar café não demora o tempo de engolir a pequena quantidade de líquido que repousa no fundo da chávena, é bem mais que isso. Pode ser doce ou amargo, escuro e forte ou macio e descafeínado, mas é sempre uma boa opção. Se estiver a correr bem pede-se outra coisa e marca-se outro.
A correr mal desmarca-se e parte-se para outra coisa com a desculpa:-Tenho mesmo que ir embora, tenho o meu voluntariado na Eurest, depois eu ligo-te.- Mas são três da tarde!- É que… sabes lá começámos cedo, até nos chamam os Madrugas do Rissol.
Devaneios à parte, quando corre bem, corre mesmo bem.Alguns cafés depois, estamos prontos para o passo seguinte, o jantar. Convida-se a pessoa quando já recolhemos informações suficientes para saber que o jantar não vai ser embaraçoso. É necessário um grau de intimidade grande para avançar para este nível.Dentro ou fora de casa, com mais ou menos elaboração, um jantar implica uma série de condicionantes.
Um homem deve saber que vinho escolher, é uma das regras universais do engate e acreditem que as mulheres incham de orgulho por saber que o homem que as acompanha sabe do que fala. Uma mulher deve ser delicada e saber ser servida, faz parte das convenções sociais, mas é giro.
Ver o companheiro a pegar nos talheres e nos copos certos é bom mas se falhar não é grave. Grave é ver a nossa companhia a meter a cabeça quase dentro do prato ou a sorver sopa ruidosamente. Isto é capaz de destruir o trabalho que tivemos com uma série de cafés de reconhecimento.
Como defende um amigo “Nós somos aquilo que comemos”, por isso há que ter cuidado ao escolher a comida. E se queremos causar boa impressão não devemos pedir coisas que sejam difíceis de comer, como marisco que tenha que ser partido, geralmente dá mau resultado.Pede aperitivo, digestivo, fuma, quanto fuma, como fuma... qual a relação que mantêm com o empregado, enfim uma série de coisas que influenciam o estudo da pessoa que está à nossa frente e nos permite traçar um retrato psicológico que vai influenciar a nossa escolha.
Não consigo, nem devo, explicar como se chega à refeição mais importante do dia, mas posso adiantar-vos que é o topo da relação amoroso/gastronómica.Só se toma o pequeno-almoço com uma pessoa por quem nos sentimos atraídos, na manhã seguinte à subida de todos os outros degraus.
É claro que se pode inverter a piramide – na maior parte das vezes é assim que evolui:
– Este pequeno-almoço estava óptimo, jantamos logo à noite?!
Sempre convosco,
Cabrão de Nafarros, Mestre.
P.S: Tenham cuidado com o vinho do Porto não é um bom substituto do café tradicional!

Very Fashion indeed !!!

Não é fácil enfrentar os cânones e desafiar as tendências estéticas do séc.XXI. Vende-se uma imagem estereotipada de beleza que integra saúde e juventude – não exactamente por esta ordem - e é inevitável resistir-se ao apelo.
Não será extraordinário, assim, que até a miudagem sucumbam ao efeito "reciclagem" e se descartem do que a natureza lhes deu em prol de um reconhecimento social que lhes permita passear-se pelas praias e discotecas, assemelhar-se a modelos “ 247 “.
A ideia não é conviver, mas apenas ver e ser visto, uma espécie de bonecos animados, extremamente apelativos, que despertam o desejo e imitam a perfeição. A grande oportunidade de transformar esteticistas e cirurgiões plásticos em emissários da criação foi – a silicone! Pode ser usado nas mais bizarras aplicações: seios, glúteos, lábios, maçãs do rosto, ou mesmo nas anatomias não imediatamente visíveis. Mas o que é ainda mais extraordinário é podermos encontrá-lo nas grelhas metálicas de correcção odontológica, em pensos calo-amortecedores, micro palmilhas para sapatos de salto agulha, ou ainda nos tão milagrosos soutiens com bolsinhas do dito, ao que as menos abastadas de recursos anatómicos e/ou financeiros apelidam de "mamas de sair".
Divertido é desafiar os crédulos e incautos babadores compulsivos a testar a genuinidade das formas que pululam nos seus curtos horizontes, não pelo mero teste do toca-e-foge, mas quando, no lusco-fusco da privacidade da alcova....
Sempre convosco,
Cabrão de Nafarros, Mestre.
P.S: Sim! a Banda é de silicone! Vão mamar na 5ª!

E as ovelhas?

Se há por aí história mal contada é aquela de Adão e Eva no paraíso.
Senão vejamos: Deus cria o Homem (entre outras coisas) e manda-o para o paraíso. Isto já de si é suspeito. Porque não o mandou para outro sítio qualquer? Porque não o mandou à merda? Nunca saberemos, mas o que é certo é que o Homem lá foi diligentemente para aquilo que Deus convencionou por paraíso. Na realidade era um pardieiro vazio, sem interesse nenhum e completamente despovoado. Não fossem umas arvorezinhas aqui e ali e assemelhar-se-ia ao Alentejo profundo.

Diz a história que Adão, farto de contar as árvores, que nem eram tantas como isso, meteu um requerimento a Deus para lhe arranjar companhia. Distraidamente Deus mandou-lhe uma ovelha e rapidamente descobriu o significado da contranatura. Decidiu então fazer um truque com uma costela de Adão, criando dali uma companheira para o entediado mamífero.

Chamou-lhe de Eva.Ainda hoje a ciência tenta perceber que conhecimentos de genética o gajo tinha para fazer um truque daqueles.A questão das roupas é insidiosa… se os gajos estão no paraíso porque diabo têm que usar parras a tapar-lhes a genitália? Armani e Prada seriam mais plausíveis, bolas! Afinal de contas que paraíso era aquele??Depois vem outra parte incongruente: aquela em que Deus, num lampejo de autoridade tipo «quem manda aqui sou eu e vou inventar uma merda para vos deixar a matutar» decide embirrar com as maçãs e proibir Adão e Eva de as comer.

Qual é o problema das laranjas? E das papaias? Porque não proibir as bananas? Ou toda a gama de frutos secos? É só incongruências…Chegamos então à parte da cobra que falava. Tudo bem. Mas a questão é que a cobra de Adão e Eva demonstra uma obsessão voyeurística qualquer por maçãs. Gosta de as ver serem comidas. Há gostos para tudo…Finalmente os gajos comem a maçã e Deus aparece para os expulsar do paraíso e não se fala mais nisso. Porquê? A história acaba aqui porquê? E a vida porca que eles levaram depois, com a obsessão insidiosa que Adão desenvolveu por ovelhas?



Sempre convosco,


Cabrão de Nafarros, Mestre.

Tax Free

A seita está para a religião como a loja de bairro está para o hipermercado: as primeiras adequam a sua oferta ao tipo de bairro onde se inserem, as segundas vendem indiscriminadamente a quem quiser comprar.

Criar uma seita não é difícil, basta conhecer relativamente bem os papalvos que queremos evangelizar, adequando o discurso aos seus medos, às suas ansiedades e às suas necessidades. E depois é como fazer sabonetes – ou apostamos no básico e temos o sabão macaco que dá para tomar banho e lavar a roupa, ou vamos para uma coisinha mais sofisticada acrescentando aloevera ou ginseng que dão a ilusão que, para além de lavar, fazem mais qualquer coisinha.Uma condição sine qua non de qualquer seita bem sucedida é a figura do seu líder espiritual – mais uma vez recorro à analogia da loja de bairro e do hiper: quantos de vós conhecem pessoalmente o gerente do hipermercado onde fazem compras? E quantos conhecem o dono da vossa loja de bairro? O hipermercado passa muito bem obrigado sem que vocês lhe conheçam o gerente, a loja de bairro não. O dono da mercearia confunde-se com a mercearia, é a sua alma, tal como o líder espiritual de uma qualquer seita.

Por isso quando se limpa o sebo a um desses líderes (muitas vezes eles limpam o sebo a si próprios, fartos da fantochada que criaram) acaba a seita.

E depois temos os seguidores – uma seita com um líder espiritual e sem seguidores é um terrível aborrecimento (garanto-vos eu que sou o líder espiritual de uma seita alucinada, mas sem ninguém que me siga). Para se ser seguidor de uma seita não são necessárias grandes habilitações: basta querer acreditar em qualquer coisa. Convém ser uma coisa assim distante e inatingível tipo: estar à espera das naves venusianas que vêm buscar todos aqueles que acreditam; ou esperar pelo Cometa para lhe saltar para a sua cauda e zarpar rumo à outra ponta da galáxia...

Uma coisa que contribui para criar um espírito de corpo numa seita é o vestuário: pode ser mais ou menos elaborado dependendo do grau de loucura dos participantes, mas convém que seja uniforme – tudo de tanga laranja e capuz negro por exemplo; ou vestes compridas mais clássicas com padrões estranhos. O que interessa mesmo é que todos se vistam de igual, tipo salesianos ou planalto.

Finalmente, a parte mais importante das seitas: o financiamento. Uma seita que não tenha apoios financeiros não é uma seita, é um grupo de escuteiros com distúrbios de personalidade (um silogismo, portanto). O apoio financeiro de uma seita não é pêra doce, e depende do grau de exigência do seu líder espiritual. Normalmente o jacto particular e o Ferrari fazem parte do cerimonial…
Neste aspecto as seitas aprenderam com a secular experiência da Igreja Cristã, hoje muito mais discreta mas igualmente eficaz na arte de sacar o seu indiscriminadamente, sem recibos ou quaisquer deduções à colecta.

Para todos os que acham que o seu trabalho já não tem futuro, sugiro uma pequena reengenharia na actividade profissional: façam a vossa seita. Tax Free.



Sempre convosco,

Cabrão de Nafarros, Mestre.

terça-feira, novembro 21, 2006

Ode ao simples facto de haver quem ode

… ou porque odas tu Cabrão da Boina?

Li o artigo do meu irmão da Boina intitulado “Ode à família sportinguista”. Li e fiquei contente, o odar dele tem graça…

Seria fácil fazer um link para o youtube respondendo… não o farei. Deixo-te apenas a interrogração:

Quando o Sporting recebeu o CSKA para a Taça UEFA, num jogo cujo resultado agora não me oda, no final cantava-se em redor do Estádio Alvalada XXI: SLB SLB filhos da puta SLB….
Porque será?
Será também isso uma Ode?
Será que é essa a forma de Odar das famílias bem do SCP?
Ou será um sintoma de pequenês?
Ou como os americanos dizem: serão peanuts?

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

segunda-feira, novembro 20, 2006

Ode à Família Sportinguista

Exemplo Benfiquista...


Exemplo Portista....


conclusão: abençoada seja a família Sportinguista

PS: e o benfica lá ganhou outra vez.. o que vale é que a Victória está vacinada.. contra a gripe das aves.. da derrota não se livra..

lol..
Saudações Leoninas
MCD Boina

Cartaz das Artes