Mais uma vez, na Parreirinha, se reuniu a Família Caldeia, ou Freitas ou Baldeiras, ou sei lá... do Lovão da Beira talvez. É pouco importante, para mim é sempre um prazer.
Como não podia deixar de ser, mais entrada menos sardinha, veio à baila a questão da esquerda e da direita.
Confesso que é uma questão que me diminui. Se para todos os presentes no almoço a direita é a mão com que escrevem e... enfim, não só, para mim não é, é a outra. Individualismos à parte, parece-me didáctico destacar o aspecto de inteligência inútil que advém de toda a discussão, é que a direita é de facto a esquerda moderna. Isto é. A direita é a esquerda da televisão. Parece irrelevante mas não, eu sou do tempo em que ninguém explicou que a direita era a esquerda da televisão e vice-versa.
É confuso? Eu sei. Mas se virem as imagem do parlamento a esquerda está à direita e, por força disso mesmo, a direita à esquerda.
Nesta altura, todos vós pensaram:
“Lá está mais um pseudo-não-alinhado a criticar sem contribuir.”
Nada disso! Vou explicar-vos desde já!
Estava ainda há pouco a ler o Decreto-lei 348/88, de 25 de Outubro, que regulamenta o Emparcelamento, quando percebi, ou por outra, encontrei forma de fazer perceber, aquilo que para mim é a direita e a esquerda. Sejam elas as do parlamento ou as da mão com que se... vocês sabem.
Entendam o que vos vou dizer como a manifestação de alguém que quando nasceu podia, se quisesse e soubesse, criticar aqueles que o governam e que tem no seu intimo uma expressão sempre presente: 25 de Abril sempre!
Para mim, a esquerda, direita da TV, devia fazer os preâmbulos dos Decretos-lei! Isso mesmo, aquela parte que ninguém lê e onde aparecem os objectivos:
- Redefinir o conceito de Emparcelamento;
- Conferir às autoridades locais.... a faculdade de elaborar e executar processos de emparcelamento;
- Eliminar dificuldades de articulação das competências dos vários organismos;
- Conferir maior força executória às operações de emparcelamento mais importantes;
- Aperfeiçoar e ampliar os mecanismos reguladores do fraccionamento de prédios rústicos e de explorações agrícolas.
Depois, o articulado ficaria a cargo da direita, essa mesma esquerda da TV.
25 de Abril sempre!
Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre
PS: Não pensem que este texto é o início de um fulgurante carreira política. Nada disso! Desde que acabaram com as reformas dos deputados ao fim de dois mandatos não quero saber disso para nada. Nem que toda a família do presidente do meu futuro partido venha fazer-me o mesmo que eu desejava para a família do meu gestor de conta.