terça-feira, setembro 27, 2005

Um lanche no corte inglés

Era umas 2 da tarde quando entrámos na loja do gourmet, para namorarmos os néctares e as ovas de que tanto apreciamos, as carnes e os cafés... uma mistura de cheiros na companhia do Cabrão de Nafarros.
Confesso que ultimamente tenho perdido, e pela primeira vez na vida, o apetite por completo.. a cabeça cheia de senãos, dúvidas, e muito cansaço e stress provocados por um início de vida profissional agitado e estafante.. numa média de 12 a 13 horas por dia e uma directa de 24h.. senão fosse o meu amor à camisola e reconhecimento pela minha entidade profissional, confesso que seria difícil de suportar esta situação.
... tinha tido um almoço agradável, que me compôs de alguma forma o coração..
Mas adiante.. com um sabor amargo na boca, e uma dor sempre presente no estômago, fui de encontro a mais um momento de convívio puro entre Cabrões, como uma volta de reconhecimento pelos vinhos do supermercado, as frutas, e logo asseguir fomos por aí acima, numa visita de reconhecimento de produtos, ao que falámos da vida em geral... e das suas vissicitudes, de erros, etc etc..
É bom ter a presença do Nafarros, que nos dá força para ver a vida com mais clarividência, sensatez, esperança e ternura.
Eu sei que ela merece.
Depois de uma vista de olhos pelas boinas da Burberry's, das esferográficas Mont Blanc, e dos set's de tacos, decidimos ir ver lá acima a zona de casa, as garrafas e os copos, penelas... enfim panasquices de fim de tarde de dois Cabrões que se prezem.
Descemos e fomos aos petiscos das tapas.. vieram o Polvo em tomate, os ovos com salsicha e cogumelos, o vinho e as batatas salteadas... um lanche perfeito para um dia e uma conjectura menos perfeitos..
A conversa fluiu como àgua de nascente, e logo logo távamos a caminho do metro da baixa, para comprar apitos e carteira de arbitragem.. enfim.. não me perguntem porquê.. mas era importante para o gajo, e eu fui com ele ajudar a escolher.. lol.. João.. um de cada côr da camisola?
Quando me despedi dele, senti que realmente pessoas assim, fazem-nos mais falta do que tinhamos a consciência fazerem.. e é quando precisamos delas que percebemos isso melhor.
Li um mail ao chegar a casa e gelei de medo e de tristeza. Pessoas assim não podemos perder. Vão nos acompanhar a vida toda e temos de as saber acompanhar.
É isso que eu ando a aprender.
Espero levar a melhor, pois sem ela não sei viver.
(Dedicado aos Cabrões)
Mestre Cabrão da Boina

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