segunda-feira, setembro 26, 2005

Perdoar

Desde pequenino que nos ensinam a perdoar.
“perdoar é bonito”
“perdoar faz-te sentir melhor”
“perdoa para que te perdoem a ti”
“perdoar faz os olhos bonitos”
“perdoa que vais para o céu”.

Só que esta forma de ensinar induz-nos em erro logo desde a infância. Eu explico-me:

Perdoar é um absurdo, uma coisa absolutamente sem sentido. Então vem um amigo/a, namorado/a ou um familiar pedir perdão e nós perdoamos?

Foda-se! Estão a brincar comigo?
”Tá bem, eu perdoo-te.”
“Tás perdoado mas não repitas.”

Mas alguém tem o direito de perdoar outra pessoa?

Li há pouco que:

“È importante saber que:
Perdoar é o modo mais sublime de crescer
E pedir perdão é o modo mais sublime de se levantar”
Eheh! Está gira, mas é ao contrário:
Perdoar é o modo mais infame de humilhar
E pedir perdão é o modo mais óbvio de se por a jeito.

Se alguém, porque interpretou mal alguma atitude nossa, nos vem pedir perdão resta-nos:
- ajoelhar ao lado dele/a e dizer: “perdeste dinheiro?”;
- ajoelhar ao lado dele/a e dizer: “tens de ir ao médico ver esses joelhos”;
- agarrar e levar para beber uns copos.

Jamais de pode perdoar um amigo! Não é verbo que se cônjuge numa frase onde esteja amigo. Então um amigo vem pedir perdão e nós perdoamos? Foda-se!

Para quê? Para dormir melhor sabendo que perdoamos dois ou três? Mas alguém precisa do perdão de outro para ser feliz? Ninguém! É uma sensação momentânea que passa.

Perdoar é um acto egocêntrico e narcisista. Não perdoar pode sê-lo ou não.

Saudações
Cabrão D´Alfama
Mestre

1 comentário:

Mestre Cabrão D´Alfama disse...

Tem graça. Foi exactamente por causa desse mail que resolvi escrever o artigo.

Posso ir buscar os papeis?

Saudações
Cabrão D´Alfama